Há alguns minutos eu assistia a uma matéria na TV sobre os danos causados pela múltipla tarefa, que gera grande ansiedade, aceleração e estresse. Fiquei pensando sobre quanto impressiona as milhares de exigências e tarefas a que uma mãe, especialmente de um bebê, fica sujeita. Por mais que o homem seja presente e participativo, é a mulher quem fica com a responsabilidade e a carga maior. Excluindo as raras exceções, há muitas coisas que a mulher enxerga como necessárias e que devem ser realizadas e que o homem ou não vê, ou não dá a devida importância, ou vê mas acredita que a tarefa não é sua responsabilidade ou ..., ou..., ou....
O fato é que tem chegado a meu consultório mulheres e mães que estão cada vez mais insatisfeitas com a participação de seus cônjuges no cenário global da vida doméstica, familiar, conjugal.... frustração, tristeza, raiva e mais uma diversidade de sentimentos se constelam que, se não compreendidos e elaborados, consomem rapidamente a vida a dois. Mulheres que buscam ajuda como recurso para evitar a perda e o rompimento da relação. Mulheres cansadas - que trabalham de dia, trabalham à noite e continuam trabalhando de madrugada - estressadas, culpadas por não darem conta de tudo como desejariam, insatisfeitas e decepcionadas com seus cônjuges. Mulheres que vêm na separação uma possibilidade de libertação das expectativas frustradas. Mães exigentes e protetoras de sua cria a qualquer custo, até mesmo quando não existe a necessidade de tanta proteção assim...
É preciso ajudar os homens a aprender a cuidar de suas mulheres e filhos. É preciso ajudar os homens a rever seus paradigmas e a enxergar o que até então lhes era invisível. É preciso ajudar as mulheres a pedir ajuda aos seus homens e a ter paciência no processo de transformação. Não existem cursos para isto, mas é algo que faz parte de um processo que tem que ser construído no cotidiano da relação e na intimidade. Infelizmente, no entanto, por vezes os tempos estão fora de compasso e não se consegue acertar o passo. E muitas mulheres, enlouquecidas com tantas tarefas, choram caladas e cansadas, na esperança de que amanhã tudo seja mais leve...
Como o tempo voa, aprender a tornar mais leve é fundamental, porque esta fase e seus momentos não voltam. Não será possível voltar atrás e aproveitar melhor a fase de bebê deste bebê... portanto tente aproveitar mais e se desesperar menos pois algumas coisas, assim como as melancias, simplesmente se ajeitam pelo caminho com o andar e o balançar da carruagem...
3 comentários:
Múltiplas tarefas? hahaha, é comigo mesmo!
Tive sorte de ter um marido que não se importa de olhar o seu filho enquanto eu faço TODAS as outras coisas.
Agora me pergunto: será que é sorte ou as coisas deveriam ser assim e agente se acostumou com o contrário?
Adorei o artigo, Rô! Não sei porque me identifiquei tanto... rsrs. Só acrescento uma coisa: será que os homens querem mudar? Disse a Ju: sorte de ter um marido que olha o filho enquanto ela faz TODO o resto? Sorte por fazer TODO o resto?!?!?! Não sei não aonde vamos parar....
Adorei o artigo Rô.
Um dia ouvi um médico antroposófico dizendo que é "função do homem dar a segurança à mulher suprindo suas necessidades para que essa desenvolva com tranquilidade seu papel de mãe."
Mas confesso que foi a única vez que ouvi isso, e quase chorei (risos).
Agora lendo seu artigo lembrei desse episódio...
Mas, infelizmente acho que as meninas têm razão...
Os que fazem, quando fazem, acham que estão fazendo muuuuuito, porque no fundo no fundo, acham que não é da competência deles.
Esperar que eles mudem é frustrante.
Melhor é se conformar com o peso e focar nas coisas positivas da jornada, como vc mesma disse, encontrar a tal leveza...
Beijos e parabéns de novo pelo blog. ADORO!
Egle.
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